Ocasiões especiais exigem vivências à altura e experiências que, idealmente, permitam guardar as melhores e mais preenchidas recordações. A escolha do restaurante Palco para celebrar uma das poucas datas do ano que por cá é marcada a rigor, surgiu pelas garantias fidedignas que aqui poderíamos usufruir de um dos melhores menus de degustação no que à relação custo-qualidade diz respeito. Assim foi!
No Palco, espaço situado no Hotel Teatro Porto, bem no centro da baixa, chamam-lhes "cenários de degustação", claro está. E convidam a conhecer o trabalho de um jovem chef que dá grandes mostras de arrojado potencial e muito talento.
O facto de se localizar num hotel não costuma ser um critério abonatório, mas assumo que aqui em nada o funcionamento do uso hoteleiro se faz sentir. As salas encontram-se bem localizadas no piso principal, e devidamente resguardadas de percursos ou ruídos perturbadores da refeição.
O espaço é altamente intimista, de decoração elegante e requintada, com duas salas e dois ambientes complementares. O atendimento está totalmente nivelado com a qualidade da estrutura. Muito atencioso, sóbrio e simpático, e sempre, claro, acompanhado da devida explicação da natureza de cada momento que vai chegando à mesa.
Ainda que o restaurante estivesse quase vazio, o acolhimento do serviço e a entrega às iguarias compuseram de forma ímpar o ambiente.
Existem também na carta algumas "peças soltas", que é como quem diz pratos individuais, mas o "Almeida Garret" e o "Palco" são os cenários de degustação disponíveis que, naturalmente, tinham de vir para a mesa.
O primeiro contempla seis momentos e o segundo conta com oito. Ao almoço é possível usufruir de menu executivo pelo valor de 25,00€, enquanto para um jantar deste género acompanhado de vinho de gama média ronda os 150,00€/casal.
As entradas, entre miminhos do chef e momentos do menu, surpreenderam q.b. Quer fosse pela apresentação dos elementos ou pela incrível concentração de sabor em peças tão pequenas, não é possível ficar indiferente à intensidade do que nos é apresentado.
A mini sande de leitão ainda hoje faz babar. Assim como as simples manteigas do couvert, que desaparecem num piscar de olhos barradas nos diferentes pães disponíveis, no seio dos quais a fofíssima focaccia foi rainha.
Os "pratos principais" que foram desde salmonete, a pregado e choco, passando por pintada, novilho e borrego, mostram-se todos eles magníficos, diferenciadores e principalmente muito bem confecionados.
Da proteína tenho de destacar o peixe que, de uma forma geral foi sem dúvida o que mais impressionou e agradou, convencendo até quem, por norma, não se dá com estes meninos do mar. O pregado marcou até hoje. Julgo até que nunca será esquecido.
À excepção do choco, cujo composição me "perturbou" um pouco e não conseguiu convencer completamente, tudo o resto estava perfeito.
As impressionantes sobremesas apresentaram-se únicas e estimulantes, como é suposto numa experiência destas. Autênticas peças artísticas.
Contudo, a "beterraba, champanhe" terá sido a que mais expressões de surpresa criou. Talvez por não apreciar muito o efeito-terra deste tubérculo e me ter rendido em absoluto à criativa solução do chef na apresentação do prato, que mescla sabores e texturas de forma irreverente e altamente funcional. Com um nível de espectacularidade mais sóbrio, o doce "chocolate, maracujá e fava tonka" foi também dos favoritos.
Para um momento especial ou simplesmente para uma noite de felicidade pela qual qualquer foodie anseia, o Palco é de facto o sítio onde as obras de arte oferecidas valem cada suspiro, cada segundo, cada cêntimo.
A criatividade ombreia com o arrojo, e juntos proporcionam sensações daquelas que nos deixam de sorriso na cara sempre que as recordamos. Como agora, meses depois, enquanto relato a experiência.
Ás: Os menus de Degustação e o atendimento.
Duque: Não há.
Mais informações:
Restaurante Palco
Rua Sá da Bandeira, 84
4000-427 Porto
Contacto: 22 040 9620
Página do Facebook: Restaurante Palco
Website: http://hotelteatro.pt/o-restaurante-palco/
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