Tornou-se quase obrigatória a passagem pelo Praça 18 sempre que visito a Figueira da Foz. Curiosamente sempre na mesma e melhor companhia, porque para quem gosta de comer é tão melhor fazê-lo com quem partilha das mesmas paixões. E lá bem na zona histórica da cidade, num edifício igualmente antigo, surge este recanto que convida a estar.
É um espaço que encantou desde o início por se encaixar numa onda "homy" alternativa, mas principalmente por se localizar numa cidade de escala média mas transmitir a sensação de que funciona tão bem ali como funcionaria numa grande capital. Sente-se uma engraçada transversalidade sustentada por boas opções de comida e por um ambiente onde o "vintage" e o "kitsch" se envolvem e conquistam sem medos.
A decoração é altamente informal e recorre a objetos antigos do dia a dia, remetendo-nos facilmente para casa dos nossos avós. Desde o mobiliário aos pratos, onde o conceito "um de cada nação" é cartão de visita, até aos objetos decorativos, sente-se um despir de grandes preocupações que, sem denotar desmazelo, promovem uma imagem bem original e aconchegante.
Da ementa destacam-se os petiscos, que são diversificados e interessantes, e que me piscam sempre o olho antes de tudo o resto. Já aqui se percebe a amplitude da qualidade das iguarias, quando nos é permitido escolher entre o tão tradicional chouriço assado ou o colorido gravlax de salmão. Ambos deliciosos ao seu estilo. Na tábua, o salmão faz-se acompanhar por uma aromática manteiga de ervas e açafrão apresentada à fatia. Os croquetes de alheira são já obrigatórios e a salada de polvo frequente. Tudo saboroso e bem confecionado e com uma apresentação sempre cuidada, colorida e cativante.
As saladas são variadas e deliciosas e outro item de destaque são os hamburgueres, que tem o seu peso no menu e se apresentam igualmente diversos. Desde os de novilho, ao de frango, vegetariano ou de leitão, existem várias opções para vários gostos. As batatas fritas, normais e doces, simples ou com molhos caseiros, conjugam na perfeição como acompanhamento.
As sangrias são o par ideal, e já fixo, das iguarias. E não é que nunca defraudam? Curiosa e infelizmente o que nunca cheguei a provar foram as sobremesas, que costumam variar. Contudo, da lista costumam constar por exemplo a delícia de chocolate, a tarte de amêndoa e os gelados artesanais. Pela amostra dos salgados acredito seriamente que não deixem nada a desejar e finalizem de forma bem confortável a refeição.
O atendimento mostrou-se sempre cuidado, afável e pronto a aconselhar relativamente ao ajuste da quantidade de petiscos ao número de pessoas. O valor, esse perfeitamente proporcional à qualidade e tipo de pratos apresentados. E continua a saber bem voltar ao Praça 18 sempre que a Figueira me chama. Não só pela comida e pela vontade de experimentar aqueles petiscos que ainda não consegui degustar, mas também pelo espaço que nos é familiar e nos faz sentir em casa. Não na nossa, mas numa de onde guardamos queridas memórias. Sempre que olhamos para as prateleiras e revemos objetos da avó, sempre que nos sentamos em cadeiras que eram iguais às da tia, sempre que nos envolvemos num ambiente que de certa forma nos conforta. Se a comida já é boa, fica ainda melhor contextualizada desta forma.
Ás: Originalidade do espaço. Qualidade e diversidade dos petiscos.
Duque: Falta de alguns petiscos da lista.
Mais informações:
Praça 18
Praça General Freire de Andrade, 18
3080-058 Figueira da Foz
Contacto: 91 441 87 57
Página Facebook: Praça 18
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